Mesmo após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas e a inelegibilidade dele, o Brasil tem mais pessoas que se identificam como de direita. Segundo a pesquisa de opinião pública “A Cara da Democracia”, realizada pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), mais de um quinto (22%) dos brasileiros se dizem de direita, enquanto o que se classificam como de esquerda representam apenas metade disso (11%).
A direita vem vivendo um boom entre os brasileiros. Em 2018, essa parcela da população representava 9%. No ano seguinte, dobrou e em 2022 chegou a 24%, o maior patamar até aqui. Entre o levantamento deste ano e do ano passado, Bolsonaro foi declarado inelegível pela Justiça eleitoral, mas a diferença entre os índices de brasileiros que se dizem de direita está dentro da margem de erro.
Já o percentual de pessoas que se classificam como de esquerda se mantem estável desde 2022. Mas esse grupo também tem crescido no país: em 2018, quando a Lava-Jato vivia seu auge, apenas 6% dos brasileiros se diziam de esquerda.
Além de uma maior representatividade entre os que se dizem de direita, cresceu também o número de pessoas com opiniões pessoais majoritariamente conservadoras, principalmente nas chamadas pautas de costumes. A pesquisa apontou, por exemplo, que 79% dos brasileiros se dizem contrários à legalização do aborto e 70% se opõem à descriminalização do uso das drogas.
A pesquisa foi feita entre 22 e 29 de agosto e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou menos com índice de confiança é de 95%. Foram entrevistados presencialmente 2.558 eleitores em 167 cidades, de todas as regiões do país. O levantamento é financiado pelo CNPq e pela Fapemig.