O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, nesta terça-feira (19), a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas discursando sobre a desigualdade histórica entre países e a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança.
O primeiro momento do discurso de Lula foi marcado pela prestação de condolências às vítimas dos desastres no Rio Grande do Sul, no Marrocos e na Líbia. Em seguida, o momento foi utilizado pelo presidente brasileiro como gancho para sua fala sobre as questões ligadas às mudanças climáticas. "É preciso, antes de tudo, vencer a resignação que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno natural. Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo", afirmou o mandatário.
Lula também reforçou uma mensagem que tem sido defendida por ele em encontros internacionais, de que as nações mais ricas se desenvolveram a partir de um modelo poluente, mas que os países emergentes não querem seguir o mesmo caminho. "Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima", analisou o presidente.
Na sequência, o petista criticou a postura de “paralisia" do Conselho de Segurança diante da guerra na Ucrânia e defendeu a reforma da instituição. "A guerra na Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da carta da ONU. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaços para negociações. Investe-se muito em armamento e pouco em desenvolvimento", concluiu.
O evento contou a presença de outros brasileiros, entre eles os ministros Jader Filho (Cidades), Marina Silva (Meio Ambiente) e Esther Dweck (Gestão). Assim como os deputados Guilherme Boulos (PSOL), Zeca Dirceu (PT) e Elmar Nascimento (União Brasil), a deputada Duda Salabert (PDT) e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil).