Lançada nesta terça-feira (5), a campanha “Elas à frente no trânsito” é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA), em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). Com o objetivo de combater a importunação sexual no trânsito e nos transportes públicos, a atividade busca não apenas conscientizar, mas, também, capacitar servidores e agentes públicos para erradicar práticas de violência de gênero.
O lançamento da campanha contou com uma blitz educativa na avenida Paralela, próximo ao antigo Bahia Café Hall, local de instalação do monumento “Não seja um monstro no trânsito”. A ação – que contou com a participação do governador da Bahia em exercício, Geraldo Júnior, do diretor-geral do Detran-BA, Rodrigo Pimentel, e da secretária da SPM, Elisangela Araújo – visa desafiar estereótipos prejudiciais e combater a importunação em modais como ônibus, metrô e transporte por aplicativos.
O governador em exercício destacou a importância da ação e colaboração de órgãos do Estado para o sucesso da campanha. “Em uma ação de rua, para conscientização e reflexão, a campanha ‘Elas à frente no trânsito’ combate o assédio, a importunação sexual, com a presença de órgãos do Estado, atuando de forma transversal para valorizar, empoderar e encorajar a mulher e fazer com que ela ocupe o seu espaço”, destacou Geraldo.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que cerca de 30% das mulheres brasileiras enfrentaram violência de gênero no último ano. Além disso, uma pesquisa do DataFolha revela que quatro em cada dez mulheres foram alvos de comentários desrespeitosos durante seus deslocamentos.
A campanha busca não apenas alertar para a denúncia de tais práticas, mas, ainda, formar multiplicadores para disseminar informações cruciais. Ao lançar essa iniciativa, o Detran-BA e a SPM reafirmam seu compromisso em criar um ambiente viário seguro e inclusivo para todos os cidadãos, promovendo a igualdade de gênero e o respeito no trânsito.
“Fizemos um convênio inédito no Brasil, entre o Detran e a Secretaria de Política para as Mulheres, para poder não só fazer blitz educativas como hoje, mas, também, levar a capacitação para todos os atendentes do Ciretrans [Circunscrições Regionais de Trânsito], dos postos SAC [Serviço de Atendimento ao Cidadão], de levar essa mensagem de respeito à mulher e do empoderamento feminino”, explicou o diretor-geral do Detran-BA, Rodrigo Pimentel.
Detran/BA
Foto: Ascom
Liderando a capacitação de diversos segmentos, a SPM desenvolve programas educativos para servidores administrativos do Detran-BA, policiais militares que atuam em colaboração com o órgão e agentes diretamente envolvidos nas blitzes educativas. “Nós queremos trabalhar bem nesse verão, porque a cidade recebe muitos turistas, e a vulnerabilidade é ainda maior nesse momento de férias, de festejos populares”, pontuou a secretária de Políticas para as Mulheres, Elisângela Araújo.
Além das ações na capital, a SPM irá promover uma caravana itinerante pelos principais territórios de identidade do estado. Esta iniciativa visa ampliar o alcance da campanha, levando treinamentos, conscientização e recursos para regiões estratégicas da Bahia. A abordagem descentralizada evidencia o comprometimento em garantir que a mensagem da campanha alcance todas as comunidades, contribuindo para a construção de um ambiente mais seguro e respeitoso.
Para a servidora pública Alda Seixas, a campanha é necessária. “Eu mesma já passei por muita dificuldade em ônibus e em táxi, e não há respeito. Precisamos dessa conscientização no trânsito, não só para a mulher, mas para todos nós, para um trânsito mais feliz, mais consciente e com mais respeito”, declarou ela.
Para denunciar qualquer forma de violência contra a mulher, incluindo a importunação sexual no trânsito, a população pode utilizar o número 180, um canal disponibilizado pelo Governo para receber denúncias e prestar apoio às vítimas. A campanha, ao incorporar esse meio de comunicação, reforça a importância da colaboração da comunidade no combate a práticas prejudiciais, promovendo, assim, uma cultura de responsabilidade e solidariedade no trânsito.