Quinta, 21 de Novembro de 2024
Geral Missão para a Lua

Primeira missão para a Lua em mais de 50 anos decola dos EUA nesta segunda

A bordo do Peregrine está um conjunto de instrumentos científicos que serão utilizados para estudar a radiação e a composição da superfície lunar, o que abriria caminho para o retorno dos astronautas.

09/01/2024 às 06h31
Por: Redação Feira Em Pauta
Compartilhe:
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A primeira espaçonave americana que pretende chegar à Lua depois de mais de meio século decolou com sucesso nesta segunda-feira, 8, em um marco para a indústria privada. O Vulcan Centaur da United Launch Alliance (ULA) decolou da Estação da Força Espacial dos EUA, em Cabo Canaveral, às 2h18 (4h18, no horário de Brasília), transportando o módulo de pouso lunar Peregrine, da Astrobotic.

Se tudo correr conforme o planejado, Peregrine pousará em uma região de latitude média da Lua chamada Sinus Viscositatis, ou Baía da Aderência, no dia 23 de fevereiro.

A equipe que coordenou o lançamento comemorou quando o módulo lunar se separou com segurança do foguete, cerca de 48 minutos depois, um marco importante para a empresa privada.

O presidente e diretor-executivo da ULA, Tony Bruno, elogiou a operação em uma transmissão ao vivo realizada pela Nasa. “Estou muito emocionado (…) foram anos de trabalho duro”, disse Bruno. “Até o momento está sendo uma bonita missão de retorno à Lua”, comemorou.

Missões lunares

Levar os Estados Unidos outra vez à superfície da Lua pela primeira vez desde a Apollo é “uma honra transcendental”, disse John Thornton, CEO da Astrobotic.

Até agora, um pouso suave no satélite natural da Terra só foi alcançado por algumas agências espaciais nacionais: a União Soviética foi a primeira, em 1966, seguida pelos Estados Unidos, que continua a ser o único país a ter levado humanos à Lua.

A China tocou a superfície com sucesso três vezes na última década, enquanto a Índia foi a mais recente a alcançar o feito na sua segunda tentativa, no ano passado.

Os Estados Unidos recorrem ao setor privado em um esforço para estimular uma economia lunar mais ampla e enviar as suas próprias naves espaciais a baixo custo, no âmbito do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS).

Tarefa desafiadora

A Nasa pagou à Astrobotic mais de 100 milhões de dólares (cerca de R$ 489 milhões) pela missão, enquanto outra empresa contratada, a Intuitive Machines, com sede em Houston, pretende lançar o seu foguete em fevereiro e pousar perto do polo sul da Lua. “Acreditamos que isso permitirá viagens mais rápidas e econômicas à superfície lunar para se preparar para Artemis”, disse Joel Kearns, vice-administrador associado de exploração da Nasa.

Artemis é o programa liderado pela Nasa para voltar a levar astronautas ao solo lunar no final desta década, como preparação para futuras missões a Marte.

O pouso controlado na Lua é um desafio, já que aproximadamente metade de todas as tentativas termina em fracasso. Na ausência de uma atmosfera que permita o uso de paraquedas, uma nave espacial deve navegar por terrenos traiçoeiros usando apenas os seus propulsores para frear a sua descida.

As missões privadas de Israel e do Japão, assim como uma tentativa recente da agência espacial russa, falharam, embora a Agência Espacial Japonesa pretenda conseguir o pouso do seu módulo SLIM, lançado em setembro passado, em meados de janeiro. Para tornar as coisas ainda mais complicadas, este é o primeiro lançamento do Vulcan da ULA, embora a empresa possua uma taxa de sucesso de 100% em seus mais de 150 lançamentos anteriores.

A companhia, uma empresa conjunta entre a Lockheed Martin e a Boeing, planeja que o novo foguete tenha propulsores de primeira fase reutilizáveis, na tentativa de economizar custos.

O que a nave leva para a Lua

A bordo do Peregrine está um conjunto de instrumentos científicos que serão utilizados para estudar a radiação e a composição da superfície lunar, o que abriria caminho para o retorno dos astronautas.

Também carregará um veículo do tamanho de uma caixa de sapatos construído pela Universidade Carnegie Mellon, um Bitcoin físico e, de forma um tanto controversa, restos cremados e DNA, incluindo os do criador de Star Trek, Gene Roddenberry, o lendário autor e cientista de ficção científica, Arthur C. Clarke e um cachorro.

A Nação Navajo, o maior povo indígena dos Estados Unidos, afirma que a missão à Lua profana um corpo que é sagrado para a sua cultura e defendeu a remoção da carga. Embora lhes tenha sido concedida uma reunião final com representantes da Casa Branca, da Nasa e de outros funcionários, as suas objeções foram ignoradas.

Por Diário do Nordeste

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários