O caso envolvendo o deputado estadual Binho Galinha (PRD) apresentou uma nova baixa na esfera judicial. Isso porque, mais um juiz escolhido para assumir a análise do processo se declarou como suspeito para julgá-lo. Trata-se da juíza Ivonete de Souza Araújo, que alegou “foro íntimo” sobre o assunto.
A decisão foi protocolada na última sexta-feira (24) e também dá conhecimento à segunda substituta designada para julgar a ação. O parlamentar é investigado como um dos supostos chefe da milícia em Feira de Santana, e é considerado o principal alvo da Operação El Patron, deflagrada pela Polícia Federal, em dezembro do ano passado.
Esta é a terceira vez que um magistrado deixa a análise do caso do parlamentar. A juíza Elke Figueiredo Schuster Gordilho, que esteve à frente das decisões relacionadas foi transferida da comarca da Princesa do Sertão para Salvador. A remoção foi autorizada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em abril, sob o critério de merecimento. Logo após, o juiz Wagner Ribeiro Rodrigues também declarou-se suspeito para julgar a ação.
As operações ligadas de forma direta e indireta ao deputado estadual já deflagrou a prisão da esposa de Binho Galinha e de um assessor parlamentar. Além disso, o tenente-coronel da Polícia Militar José Hildon Brandão Lobão, que teve o nome citado na El Patron, foi exonerado do cargo em abril deste ano.
A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) chegou a instaurar a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar na Casa, presidida pelo deputado estadual Vitor Bonfim (PV), para analisar a permanência de Binho na Casa. Mas, até o momento, o colegiado sequer teve a primeira reunião para discutir o caso do ex-Patriota. Na Casa, Binho Galinha faz parte do bloco de parlamentares aliados ao governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Bens bloqueados
A ação também já bloqueou cerca de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados, além do sequestro de 40 propriedades urbanas e rurais, bem como a suspensão das atividades econômicas de seis empresas. O Ministério Público do Estado (MP-BA) cobra um total de R$ 700 milhões, somando os danos morais causados pela organização criminosa.