A Bahia lidera, em números absolutos, o ranking de mortes devido às intervenções policiais neste ano. O estado já ocupava a primeira posição da lista em 2022, com 1.467 óbitos, e viu um aumento de 15,8%, totalizando 1.699 vítimas.
As informações são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, divulgado nesta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em um cenário geral, o Brasil possui 6.393 registros de mortes por intervenção de agentes de segurança. Destas, 1.699 são na Bahia. Ou seja, um em quatro casos em todo o país ocorrem pelas mãos da polícia baiana.
O estado tem cinco das dez cidades em que os agentes mais mataram, sendo da cidade de Jequié, que fica a 367 quilômetros de Salvador, a primeira colocação, seguida de Eunápolis (4º), Simões Filho (7º), Salvador (8º) e Luís Eduardo Magalhães (10º).
Quando analisadas as mortes decorrentes de ação policial, a cada 100 mil habitantes, o Amapá lidera a lista com 23,6 mortes, seguido, novamente, da Bahia com 12, e o Sergipe em terceira posição, com 10,4.
Levando em consideração o cenário nacional, o anuário mostrou um crescimento de 188,9% nos casos de letalidade policial no país nos últimos dez anos.
Segundo o relatório, o risco relativo de um negro morrer por intervenção da polícia é 3,8 vezes maior e isso se deve ao principal perfil das vítimas registradas da letalidade da polícia no Brasil:
99,3% do sexo masculino;
82,7% são pessoas negras;
71,7% de faixa etária entre 12 e 29 anos;