A primeira cirurgia minimamente invasiva totalmente robótica para retirada de linfonodos inguinais no tratamento do câncer de pênis foi realizada pelo urologista Nilo Jorge Leão com a equipe do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR) no Hospital Mater Dei Salvador, há cerca de três meses. Neste mês de julho, os primeiros pacientes da rede pública baiana se beneficiam com a tecnologia, graças ao apoio e parceria dos Hospitais Santa Izabel e Mater Dei, além do Grupo Oncoclínicas e empresas de materiais médicos como a Teleflex e a Implantes Médicos, que ajudaram a tornar possível o acesso de alguns pacientes com essa grave patologia a um tratamento de última geração. Além das vantagens já conhecidas da plataforma robótica, o auxílio do robô na linfadenectomia reduz muito o risco de complicações associadas em comparação com a cirurgia convencional aberta.
“A plataforma robótica assegura menos sangramento, menor dor no pós-operatório, maior precisão, melhor resultado estético, recuperação mais rápida e mais segurança para o paciente, inclusive por reduzir a chance de complicações na pele e desenvolvimento de linfedemas, condição caracterizada pelo acúmulo de líquido linfático nos tecidos que causa inchaço e aumento de volume em determinadas áreas do corpo”, pontuou o coordenador do IBCR e articulador da parceria com os hospitais envolvidos no projeto, Nilo Jorge Leão.
Ainda segundo o especialista, a equipe do IBCR é a única que já realizou este tipo específico de cirurgia robótica no Norte e Nordeste, sendo a Bahia inclusive um dos poucos estados do Brasil a realizar esse tratamento. “Em todo o mundo, poucos cirurgiões fazem linfadenectomia robótica para tratamento do câncer de pênis, até porque a incidência da doença em países desenvolvidos é baixa, sendo ainda um problema de saúde pública em países em desenvolvimento”, frisou o especialista.
A cirurgia robótica ainda não faz parte do rol de cobertura do SUS nem da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), regulamentadora dos planos de saúde no Brasil. Quando o convênio cobre a videolaparoscopia em um hospital com plataforma robótica, o usuário do plano que opta pela cirurgia robótica não precisa pagar seu valor integral, apenas o custo equivalente à diferença financeira entre os procedimentos.