Domingo, 24 de Novembro de 2024
Brasil Braço amputado

Passista da Grande Rio se interna para retirar miomas no útero e volta para casa com braço amputado

Médicos dizem que se Alessandra dos Santos Silva não amputasse o braço, iria morrer de necrose. Secretaria Estadual de Saúde e Polícia Civil investigam.

24/04/2023 às 09h58
Por: Redação Feira Em Pauta
Compartilhe:
Alessandra dos Santos Silva e a mãe — Foto: Reprodução/TV Globo
Alessandra dos Santos Silva e a mãe — Foto: Reprodução/TV Globo

Uma passista da Acadêmicos do Grande Rio se internou para retirar miomas no útero e teve alta dias depois com parte do braço esquerdo amputado. “Só lembro mesmo disso, de acordar em outro hospital sem o braço”, disse Alessandra dos Santos Silva, de 35 anos, que também é trancista.

Cronologia do caso

Agosto de 2022: Alessandra sente dores e tem sangramentos. Exames apontam miomas no útero e recomendam a retirada imediata. Ela começa a se preparar.

30 de janeiro: Alessandra recebe uma ligação do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, convocando-a para a cirurgia.

3 de fevereiro: Alessandra se interna e é operada pela manhã. À noite, médicos detectam uma hemorragia.

4 de fevereiro: o Hospital da Mulher avisa à família que terá de fazer em Alessandra uma histerectomia total — a retirada completa do útero.

5 de fevereiro: parentes foram visitar Alessandra, mas ela estava intubada e, segundo eles, com as pontas dos dedos esquerdo escurecidas. Braços e pernas estavam enfaixados. Segundo a mãe, falaram que a paciente “estava com frio”.

6 de fevereiro: a família é avisada de que Alessandra — ainda intubada — terá que ser transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo. Segundo parentes, o braço da passista estava praticamente preto. Um médico lhes diz que iria drenar o braço, “que já estava começando a necrosar”.

10 de fevereiro: o Iecac informa que a drenagem não deu certo e que “ou era a vida de Alessandra, ou era o braço”, porque a necrose iria se alastrar. A família autoriza a amputação. A cirurgia é feita, mas o estado da mulher se agrava, com o rim e o fígado quase parando e com risco de uma infecção generalizada.

“Ela subiu com os médicos apavorados para salvá-la, ou não ia sair dali viva. Chamaram a gente no canto: ‘Queríamos que vocês olhassem a mão dela. Ou tirava, ou ela ia morrer’”, lembrou a mãe, Ana Maria.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários