A morte da líder quilombola Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, morta a tiros dentro do quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, reacendeu o debate acerca da importância da titulação das terras do povos quilombolas, abordado pelo Metro1 no final de julho.
Por meio de nota divulgada neste sábado (19), o ministério dos Direitos Humanos enfatizou que a segurança territorial é essencial para garantir a segurança pessoal das comunidades tradicionais, e que a titulação de terras para os territórios quilombolas será a solução definitiva para acontecimentos violentos envolvendo esta população.
Apesar de reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde 2017, e de possuir certificação da Fundação Palmares, o quilombo Pitanga dos Palmares, que era liderado por Bernadete, ainda não foi titulado.
Segundo a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a delegada Andréa Ribeiro, a luta pelas posses de terras podem ter sido os motivos que levaram ao assassinato da líder religiosa. Conforme Andréa, durante entrevista coletiva na sexta-feira (18), esta seria uma das linhas de investigação utilizadas pela Polícia Civil, que divide a condução do caso juntamente com as polícias Militar e Federal.
As mais de 280 famílias assentadas e lideradas pela força da ialorixá assassinada, compõem os 87,41% da população quilombola brasileira que não mora em territórios formalmente delimitados. Os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)